Preciso dormir...
Oito horas de
sono sem palavras.
A noite foi
de oito horas sem sono.
Madrugada...
palavras precisam falar.
Sinto agora
um descaso profundo.
O dia havia
sido raso sem mergulhos.
Preciso ficar
cansado de criar.
Outro dia...
Crio... recrio...
várias e várias vezes.
Hoje foi
fértil, fácil e exagerado.
Tenho então
oito horas de sono sem palavras.
Esse sono não
é vazio... é habitado.
Não importa
se são sonhos ou pesadelos.
O pesado é
suportar o nada.
Nas outras
dezesseis horas...
Preciso
sonhar que estou sonhando.
Camadas e
camadas de palavras.
Formam a cama
e o chão de fato.
Para que o
descanso e ação possam existir.
Essa poesia fará parte
do livro “Rosa dos Tempos”.
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