domingo, 28 de agosto de 2011

Prefiro você

Não me despeço do sol.
Porque desejo a chegada da noite.
Paixão... contemplação... poesias.

Ameaça...
Minha preferência por ela foi desafiada.

Brilham... sua pele e seus olhos.
Armadilha noturna... infalível.
Fui raptado do céu escuro.
Por favor, não procurem por mim!

Antes de você chegar... silêncio absoluto.
Chegou... entre nós um silêncio quente.

Após o beijo não quero ver mais nada.
Imploro que a luz ao nosso redor desapareça.
Por que...
Prefiro você à lua mais bela e cheia.

Esta poesia fará parte do livro “Significado”.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Incendiar

A vibração ora vai ora vem... está quente.
Continuo tocando... o som espalha o fogo.
As chamas não são ameaças.
Elas chamam... vem.
Voz perto do ouvido... faísca sonora.

Eu não quero imitar Nero.
Não vou queimar nada e nem ninguém.
Apenas quero incendiar você.
Provocar... incentivar sem adiar.

As saídas de emergência são inúteis.
O desejo não grita por socorro... nunca.
Vamos apagar os olhos em brasa.
Fechá-los próximos e juntos.

Lábios ocupados... a música parou.

Saciou... apagou... silêncio...
A paixão nunca termina em cinzas.
Silêncio temporário.

Este verso fará parte do livro “O Som dos Sinais”

sábado, 13 de agosto de 2011

Traje boemia


Retratos... maus tratos... falta de tato.
Não agüento... carência impaciente.
Quero ser tocado... quero devorar.
Para isso preciso deixar o lado poeta em casa.
Uma noite sem lápis e papel... eu mereço.

Visto o traje boemia... desejo nu.
Quero beber a beleza noturna.
Quero fazer loucuras.
Sem nenhum verso para me incriminar.

Estrelas testemunhas oculares.
Estão longe demais para me censurar.

Até o sol nascer estou livre.
Livre das defesas pessoais.
Livre da obrigação de acertar.

Vou sair agora... o antigo eu não vai voltar.
O que vai acontecer depois do último verso?

A partir deste momento...
A imaginação insana ignora as perguntas da sanidade.

Este verso fará parte do livro “Significado”.