segunda-feira, 19 de março de 2012

Mestre de Cerimônia


O vestido é formal... gestos contidos.
Ela vai começar a falar eu sei.
Estou apenas ouvindo... permito-me sonhar.

Ela fala com convicção... eu fico com dúvidas.
O discurso está escrito no papel...
Ou o curso esta escrito no destino?
O que a vida quer falar?
Isso não está escrito em roteiro algum.

Absurdo... olhos em silencio.
Vejo uma série de surdos sérios.

Eu sei o que eu quero ouvir.
Apenas não posso colocar no texto.
O teste da espera me impede.

Fui convidado para falar.
Ouço aplausos...
Não disse o que realmente queria.
Por isso saio sempre do palco sozinho.

Depois da linha final a resposta aparece.

Não somos mestres.
O melhor é não ter cerimônia e falar.
Somos aprendizes daquilo que os olhos dizem.
Quando não estão sérios.

Esta poesia fará parte do livro “Significado”.