segunda-feira, 23 de maio de 2011

Alta e baixa

No mar ela é metade peixe metade sedução.
Eu no litoral sou metade solidão metade homem.

Na maré alta ela se aproxima.
Seus olhos pescam meus pensamentos pecam.
Quero ir, mas não sei nadar.
Lá sobra atração, mas falta ar.

Foi embora... saudade... maré baixa.

Eu sei cantar por isso ela retorna.
Se não tem violão uso só a voz.
Assim a espero mais uma vez.
Não é possível ela ser alheia ao reencontro.

Esse verso será parte do livro "Significado".

sábado, 21 de maio de 2011

Gladiador


A revolta está na ponta do chicote feito com o couro da mágoa.
O arco mostra seus dentes furiosos e dispara palavras.
A ponta da flecha umedecida pela saliva envenenada deixa cicatrizes.

Essa luta é em vão!

Não seja aço não quebre.
Não existe nenhuma espada que atravessa através dos tempos o coração da humanidade.

Não sou gladiador sou poeta.
Uso palavras como ferramentas da alma não como armas.
Pego algumas delas serro o ódio ao meio e abro os punhos cerrados.
Escrevo suave... é assim que tento vencer a luta interna.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cada vez

Mulher diamante... quanto mais amo mais ela brilha.
Se for para fazer aliança para toda a vida... mulher ouro.

Cada uma é igualmente preciosa.
Sou um minerador que procura.
Um lugar... um coração... uma mulher.
Só posso cavar em uma mina de cada vez.

São também igualmente raras.
Para encontrá-las... paciência!

Esse verso será parte do livro "Significado".

Plágio

A cada tentativa um desgaste.
Mas a copia acaba saindo... é necessário!
Apesar de ser uma cópia tem a alma do original.

Tento copiar novamente o meu amor.
Preciso entregar ele a outra.

Agora estou sem melodia e sem rima.
Não consigo realizar o plágio desta vez.
Sou um amante incapaz de me copiar.
Quem sabe amanhã...

Esse verso será parte do livro "Significado".

sábado, 7 de maio de 2011

Suas cartas

Reler é sofrer de novo.
Sim rasguei... desculpe... foi um defesa.
Depois de muitos anos assumi minha culpa.
Era uma carta de amor da infância.
O papel eu rasguei... nosso contato o tempo rasgou.

Não rasguei a admiração.
Essa teve que ficar por um tempo embaixo das poesias.
Debaixo de outras tentativas de outras histórias.
Empoeirada pela distância... mas estava lá.

Ouvi sua voz... todos os pedaços são colados.
Depois de muitos anos recebi outra carta.
Suas cartas... suas palavras... modificam tudo.


Esse verso será parte do livro "Significado".

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Deuses e Mortais

Perguntei a Horus que horas são.
O deus do tempo me respondeu.
Adeus mortal!

O que ele quis dizer?
O enigma me persegue.
Passei anos tentando decifrar.
Preocupado com os dias, minutos e segundos.
A vida ficou em segundo plano.
Tudo passou e o tempo disse.
Adeus mortal!

Esse verso será parte do livro "Rosa dos Tempos".